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- AMÉRICO MARTINS DELGADO -da Chaveira Sobre
o pintor Américo Martins Delgado encontrado numa manhã de Agosto 2007 a pintar o largo da Carvalha na Sertã,
em frente à Casa da Cultura onde as suas obras estavam expostas, apeteceu-me dar a conhecer este simpático senior
cujas obras tinha apreciado nos dias anteriores e que fui mais tarde ver no seu atelier da Chaveira. Américo
Delgado, nasceu em 1926 no lugar da Chaveira, Cardigos numa familia de agricultores do Ribatejo. Foi lá que fez os
seus estudos primários e lembra-se de sempre ter gostado desenhar. Ao ir para Angola em 1954 começa o seu interesse
pelas artes plásticas e começa a pintar paisagens africanas e outros temas nos seus tempos livres. Regressa
a Portugal em 1975. Nessa altura não se ganhava a vida com pintura e trabalha então como pintor de construção
civil e abriu un pequeno café. Só quando chega à aposentação deixa a filha a ocupar-se
do café e pode voltar a dedicar-se à pintura a óleo sobre barro e tela. A sua pintura mostra paisagens
campestres e urbanas, natureza morta, temas religiosos. Quando ouviu falar da possibilidade de aulas de pintura em
Mação com o professor e pintor italiano Massimo Esposito, inscreveu-se logo desde a sua criação
em 2003 na Oficina d'Arte e até hoje frequenta esta escola de pintura da Câmara Municipal de Mação
para se aperfeiçoar. Américo Delgado continua retocando o seu auto-retrato e partilha o seu gosto pelas
artes com a sua esposa que por seu lado grava cuadros sobre estanho. Horácio
Antunes Actividade Deputado Partido PS Nome
Completo
Horácio André Antunes Data de Nascimento-05-03-1946
Nasceu na pequena Aldeia da Chaveira Neto do Ti ZAndré - Filho da Ti Lurdes. Seu Avo combateu
em França na primeira Guerra Mundial ao lado dos aliados. Habilitações Literárias Pós Graduação em e Politicas Públicas Profissão Professor do Ensino Básico ) Cargos que desempenha Deputado
na X Legislatura; Presidente da Associação de Futebol de Coimbra;
Presidente do Conselho Fiscal da Federação Portuguesa de Remo. Cargos exercidos
Presidente da Câmara Municipal da Lousã (1982-1999) Governador Civil de Coimbra (1999-2002) Presidente do Concelho de Arbritagem
da Associação de Futebal de Coimbra.
- MARGARIDA
CARAPINTEIRO - dos Vales 1.7km da Chaveira Escrito por Fonte - Raia Nasceu e cresceu em Lisboa, mas nunca apagou
da memória as férias passadas na pequena aldeia de Vales, Cardigos, a sete quilómetros de Proença-a-Nova.
Aos 61 anos, depois de ter encarnado tantas outras vidas, nos palcos e na televisão, Margarida Carpinteiro continua
a ser a mesma menina que todos os verões se perdia de amores pelos cheiros e hábitos da zona do Pinhal. Que ligação é essa que diz sentir em relação à zona de Vales de Cardigos? Lá existe algo que levo muito a peito: a frontalidade, a pureza, a espontaneidade das pessoas, a qualidade de vida.
Conjugação de palavras que antes não o existia, mas que agora tem todo o sentido.
Mas
os seus pais, tal como muita gente do interior, partiram à procura de qualidade de vida nas cidades. O que mudou? Na altura, Lisboa tinha outro espírito. Todos nós vínhamos de uma terra. Havia a tendência para
as pessoas de cada região se agruparem em determinadas zonas da cidade. A minha era Braço de Prata, agora Parque
das Nações, e existia muita gente da mesma região que vivia por ali. Partilhávamos vivências
e as conversas eram sempre das férias do que lá tinha acontecido. Que recordações
da regiãoo guarda na memória? Não é por acaso que, passados tantos anos – tenho 61
– venho viver numa zona de pinheiros. Há de facto uma coisa marcada em mim, que é a paisagem com pinheiros,
sempre conotada com a sensação de serenidade. O próprio cheiro é inesquecível. Mas existem
outras memórias da minha infância que me emocionam sempre que as lembro: o queijo feito em casa, o mel que se
vai apanhar no Verão, das nossas abelhas. De facto, naquela altura, era uma paixão. Não se falava ainda
se era melhor ou pior. Era muito importante para nós, mesmo em crianças. Sente assim tanto
essa diferença entre as pessoas da cidade e do campo? Estava a dizer que na cidade os coracões são
mais puros. Neste momento, não sei. Hoje, tenho outra leitura disso: as pessoas são como são. Quando
era mais pequena – e penso sempre pela adolescência – acreditava que o grupo que tinha era mais são,
porque era da província, da aldeia. Possivelmente, não seria. Há pessoas boas e más em qualquer
parte do mundo. São pessoas, com as suas diferenças, que têm de ser aceites. Em mim, ficou para sempre
gravada uma paz muito grande que me ligava às pessoas, às coisas, à paisagem, à alimentação
e, sobretudo, às relações. Nos Vales, eram extraordinárias e muito calmas. Como
é que Vales recebeu uma pessoa da terra que se tornou famosa? Nunca explorei isso porque nunca me interessou
ser conhecida. A fama veio com naturalidade, mas nunca a procurei. Era óbvia, fazia teatro e televisão. Eles
devem perceber que não gosto muito de falar nessas coisas. Continuo a ser a Margarida que por lá passava as
férias e que espera, em breve, regressar. A fama veio com naturalidade, mas nunca a procurei. Era
óbvia, fazia teatro e televisão. Eles devem perceber que não gosto muito de falar nessas coisas. Qual
foi o episódio mais marcante do seu passado, em Vales de Cardigos? Há muitos. Lembro-me de uma coisa espantosa
quando uma tia minha fazia pão-de-ló, no forno. Ela cozia duas vezes por semana. E, como era hábito,
rapávamos o alguidar onde se fazia essa massa. Ela ensinou-nos a pôr isso na casca do ovo e confeccionávamos
bolinhos pequeninos cujas formas eram essas cascas. Depois, eram cozidos à entrada do forno. Aquilo tinha um sabor
magnífico, que até hoje não consegui encontrar. São coisas que não se esquecem. Recordo-me
dos passeios que dávamos nos pinhais, já adolescentes. Levávamos um rádio, ouvíamos música
no meio dos pinheiros. São momentos inesquecíveis. Outras vezes, íamos visitar moleiros a terras mais
distantes. Contávamos histórias estranhas das noites, de espíritos, de bruxas. Com que periodicidade
visita a aldeia? Muito pouco. Ás vezes, um fim-de-semana. Nunca mais passei lá férias. Ainda tenho
uma casa nos Vales e, é óbvio, que está tanto no meu coração que é para lá
que vou. Provavelmente, dentro de dois anos. Estou a preparar tudo para isso. Tem projectos para quando essa mudança
acontecer? Gostava de me dedicar a uma coisa a tempo inteiro, que me agrada muito, e que é escrever e, talvez,
pintar. São duas coisas que me interessam. Passo a vida a comprar livros. Se calhar de dez leio dois, vou ficando sem
saber o que fazer à colecção. Aproveitarei para ler. Não quero afastar-me para parar, irei continuar
a fazer teatro. Se as pessoas estiverem interessadas, se houvesse um grupo, poderíamos fazer qualquer coisa. E tenho
um enorme respeito pelo teatro amador. Mas não vou a pensar essencialmente nisso, com objectivos delineados. Vamos
ver. Mas gostaria de criar, por exemplo, uma instituição ligada ao teatro? Não me vou oferecer,
mas se alguém vier ter comigo, claro que gostaria. Se houver vontade de gente nova a querer fazer qualquer coisa nesse
sentido, mostrar-me-ei disponível e com muito gosto para ajudar. Fico contente por, por exemplo, Proença-a-Nova,
que está ali a sete quilómetros da nossa aldeia, já ter um cinema e uma preocupação tremenda
com pintura, escultura e em construir praias fluviais. Estou maravilhada com isso. … um país novo a nascer.
Porque, por muito desiludida que esteja, acredito que as pessoas vão aprender que têm de tomar conta do país.
Não temos só direitos, também há deveres e as pessoas passaram um bocado por cima disso. A Democracia
agarra-se a cada um de nós pelos deveres e as pessoas ainda não perceberam isso. Fico contente quando se constrói
uma fábrica e, ao lado, um jardim. Aproveitarei para ler. Não quero afastar-me para parar, irei continuar
a fazer teatro. Se as pessoas estiverem interessadas, se houvesse um grupo, poderíamos fazer qualquer coisa. Em
Fevereiro, vai lançar o seu quarto livro. Agora, o protagonista é a aldeia de Vales de Cardigos. Como é
que nasceu este projecto, qual é a história? Há alguém da minha família que estava
ligado ao mar. E essa pessoa contava histórias de viagens que me fascinavam imenso. Quando faleceu, deixou um pequeno
caderno à filha, que fez o favor de me dar, que é a minha prima. Esse caderno tem uns diários muito ingénuos
e simples, com algumas fotografias e com algo que achei espantoso: uma espécie de glossário com palavras que
o tio Zé Luís apanhou porque considerou que se estavam a perder e que deveriam ficar registadas. Fiquei com
aquilo nas mãos e pensei: ´Vou já escrever um livro para isto ficar como documento. Não pesquisei
a fundo; limitei-me a retratar melhor as pessoas, a tentar saber mais algumas coisas do passado e ficcionei, aproveitando
esses pequenos vocábulos e decidi escrever um livro. O título não está definido, pois até
o Círculo de Leitores ainda tem dúvidas no nome e prefiro, por enquanto, não adiantá-lo.
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O
cantor Tony Carreira (Nasceu em Armadouro, Panpilhosa Da Serra 40 km da Chaveira) http://www.youtube.com/watch?v=yaA-z-OFU34 Tony
Carreira nasceu António Antunes numa casa humilde Da Beira em Armadouro, "PANPILHOSA DA SERRA" na Beira Baixa.
O pai emigrou para França poucos dias de nascer e foi o avô António - a quem dedica o livro - que mais
o marcou na infância. Diz que era um miúdo reguila, guloso por bolachas Maria e que na adolescência, já
em França, se sentiu completamente desenraizado em relação aos rapazes do seu tempo. Trabalhou numa fábrica
de enchidos para ganhar dinheiro, mas ainda hoje confessa que detestava o que fazia. Apesar de hoje esgotar salas de
espectáculos e vender milhares de discos, Tony Carreira conta que nem sempre teve sucesso, que fez discos maus e que
sacrificou a vida pessoal e a educação dos filhos por causa da vida artística. É por isso que
dá mais valor à família e não renega as origens humildes: "Quando não temos nada,
aprendemos a dar valor aos mais pequenos prazeres da vida". Cumpridos os vinte anos, Tony Carreira diz que quer
continuar a fazer discos e mostrá-los ao vivo num estádio de futebol e numa digressão acústica
em salas pequenas, para estar mais perto do público. Num dos próximos álbuns, é provável
que Tony Carreira inclua a primeira canção que se lembra de ter ouvido, o fado "Lágrima", interpretado por
Amália Rodrigues. Para ele é "a canção mais bonita do mundo". O
cantor Tony Carreira lançou recentemente uma autobiografia onde revela que quer gravar um fado de Amália, escolhe
o seu melhor concerto de sempre e desvenda que, por vontade do pai, teria sido mecânico. Coincidindo com os vinte anos de palco, Tony Carreira lançou o livro "A vida que eu escolhi", disponibilizado
por altura do seu último concerto no Pavilhão Atlântico, em Lisboa. O livro foi escrito pelo jornalista
Rui Pedro Brás e reproduz as dezenas de horas de "conversas informais" que o autor teve com o cantor romântico.
"Eu já tinha feito vários trabalhos sobre o Tony e propus-lhe há um ano fazermos uma autobiografia",
disse o autor à agência Lusa, sublinhando que foi apenas um "intermediário" na narração
da história do artista. No entender de Rui Pedro Brás, a vida de Tony Carreira "está repleta
de experiências maravilhosas e interessantes", mas o livro dá conta ainda "dos sacrifícios,
da família que ficou para segundo plano, da vida complicada que teve". Ao longo de quase 200 páginas,
Tony Carreira partilha o lado mais pessoal e íntimo, a infância passada em Armadouro, onde pastou cabras e viveu
longe dos pais, a adolescência em Paris, para onde os pais emigraram e onde nasceu a paixão pela música.
As suas histórias são ilustradas por várias fotografias, a maioria retratos de família, do casamento,
dos filhos, dos concertos e reproduções de capas de discos. Os fãs do cantor ficarão ainda
a saber como é que surgiu um dos seus grandes êxitos - "Ai destino, ai destino" - como é que
conheceu a mulher com quem está casado há 23 anos e os obstáculos que ultrapassou para chegar ao patamar
dos mais bem sucedidos cantores românticos da actualidade. "Não me sinto um ídolo, um cantor
que arrasta multidões, alguém que soma discos de platina e enche salas pelo mundo inteiro", diz Tony Carreira.
"Sinto-me o mesmo menino que, já mais de trinta anos, abandonou a sua terra em busca de sonho", conclui o
cantor. Veja aqui o vídeo da música com o mesmo nome da sua autobiografia.
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- NOTÁVEIS DA NOSSA BEIRA – De entre algumas figuras ilustres dos nossos
antepassados destacam-se alguns nomes, entre eles contam-se:
- JOSÉ MARQUES DELGADO (1929 – 2008) (Nasceu na Chaveira) Família e origens
Nasceu na Chaveira em 11 de Junho
de 1929, na Freguesia de Cardigos, Distrito de Santarém - Portugal, José Marques Delgado era filho do senhor
Manuel Delgado e Delfina Marques do monte. Vivia em Votuporanga havia 46 anos. Veio para o Brasil em 1960 em busca de oportunidades
de trabalho, assim como milhares de imigrantes de Portugal e outros países. Em Portugal foi motorista de ônibus
de uma Companhia Inglesa. Chegou em Votuporanga para trabalhar como balconista e depois gerente no mercado de secos &
molhados, a Casa M. Dias, pertencente a um parente, Manoel Dias, pai de suas cunhadas. A Casa M. Dias, tinha sede em Rio Preto
e em Votuporanga ficava no mesmo lugar onde hoje está sediada a loja matriz da Rede de Supermercados Santa Cruz.
Santa Cruz Em 1972, Delgado tornou-se sócio-proprietário da empresa juntamente com Mário
Martins André, José Rafael Martins, João Martins André. Juntos inaguraram no mesmo ano o Supermercado
Santa Cruz. Com a remodelação na empresa em 1996, houve uma mudança passando a filial de Votuporanga
a ter nova razão social Martins Delgado & Cia Ltda. Em 2004, o Supermercado vira rede com a inauguração
da sua segunda e terceira unidades na cidade. A quarta unidade foi inaugurada em novembro de 2005. Com quatro lojas, a empresa
gera 460 empregos diretos. José Delgado permaneceu ativo na direção da rede Santa Cruz até maio
de 2005.
Sociedade Ativo membro da sociedade votuporanguense, foi integrante, tesoureiro e presidente do Lions
Clube de Votuporanga em 1986/87, atualmente integrava o Rotary Club de Votuporanga. Também ativo na Associação
Comercial de Votuporanga (ACV) foi presidente na gestão julho 2001/julho 2002. Delgado presidiu o Centro Social de
Votuporanga, foi secretário do Sindicato do Comércio, tesoureiro do Conselho Paroquial da Igreja de Nossa Senhora
Aparecida, segundo tesoureiro da AAV (Associação Atlética Votuporanguense), presidente do Conselho Deliberativo
da Apac; tesoureiro do Centro Social de Votuporanga, segundo vice-provedor da Santa Casa de Misericórdia, vice-presidente
do Conselho Deliberativo do Assary Clube de Campo, foi 2º diretor da Acav nos anos 1985/86. Era o terceiro tesoureiro
da Santa Casa, na atual gestão de Luiz Alberto Mansilha Bressan. Na gestão anterior, de Nasser Marão
Filho, o Juninho era primeiro tesoureiro. O empresário José Marques Delgado, sócio-proprietário
da rede de Supermercados Santa Cruz, faleceu em 2009 em São José do Rio Preto, no hospital Beneficência
Portuguesa onde estava internado. Seu sepultamento foi no Cemitério Municipal Votuporanguense.
Luto official
Declarado O prefeito Carlos Eduardo Pignatari decretou luto oficial no município pelo falecimento do senhor José
Delgado. O prefeito considerou que Delgado foi homenageado com a insígnia de Honra ao Mérito no ano de 1987
e obteve o Título de Cidadão Votuporanguense no ano de 1999, concedidos pelo Poder Legislativo. Destacou ainda
no decreto, os relevantes trabalhos prestados à comunidade no município. A Câmara de Vereadores de Votuporanga
também vai prestar homenagem ao comerciante. José Marques Delgado recebeu as duas maiores honrarias concedidas
pelo Poder Legislativo local; o título de Cidadão Votuporanguense e a Insígnia de Honra ao Mérito,
ambos pelos relevantes serviços prestados ao município. Durante o velório do comerciante, o presidente
da Câmara Legislativa, Osmair Ferrari (PSDB) e demais vereadores, irão prestar justa homenagem a José
Marques Delgado e seus familiares. Casado, Senhor Delgado deixou a sua esposa Maria Izaura Martins Delgado e as filhas
Andréa Delgado Ferreira casada com Renato Elias Ferreira, Maria Célia (in memorian) e Maria Helena Delgado André,
casada com Felisbelo Martins André, além de seis netos e familiares em Portugal. - JOSÉ CARLOS CARDOSO
PIRES (1925 – 1998) (Nasceu no Peso a 7Km da Chaveira) O escritor
José Augusto Neves Cardoso Pires nasce a 2 de Outubro de 1925, na aldeia de Peso, no distrito de Castelo Branco,
mas vem para Lisboa com poucos meses de idade. Fixa residência nesta cidade, onde morre a 26 de Outubro de 1998. É
reconhecido como um dos mais importantes escritores portugueses da segunda metade de século XX.
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Padre Henrique Louro (1909- Nasceu
na Pracana da Ribeira a 25 de Abril de 1909, estudou no Seminário de Évora onde foi ordenado em 1932, paroquiou
as freguesias de Mora e Vila Fernando. De 1957 a 1961 ocupou o cargo de director espiritual do Seminário Maior e também
o de Visitador das igrejas e arquivos. Dedicou-se a história da Arquidiocese de Évora e colaborava em diversas
revistas e jornais, o número de obras por ele escritas ultrapassou as quatro dezenas mas só metade delas foram
publicadas até hoje. Foi sócio efectivo do Instituto Português de Arqueologia, História e Etnografia
e privou com alguns dos nomes mais importantes da cultura portuguesa da sua época. Publicou o livro em 1982 “Cardigos Subsídios para a sua História”
obra de referência sobre a história de Cardigos. Para a Pracana publicou e ofereceu a todos os seus habitantes um livro onde tentou encontrar a origem de
todas as famílias que lá habitavam, trabalho de paciência, pesquisa e investigação que desenvolveu
durante anos. Homem de espirito aberto e amigo sempre pronto a ouvir e a aconselhar, duma inteligência e sabedoria raras,
encontrava nos arquivos e documentos antigos o seu mundo. Fazia parte do restrito grupo historiadores em Portugal com acesso
à Torre do Tombo e a tantos outros arquivos sobretudo da Igreja Católica. Lembro-me das conversas que com ele mantinha, quando aos domingos à tarde no
seu passeio habitual pela aldeia se sentava à porta da casa da minha avó para recuperar forças antes
de iniciar a subida até sua casa . Eu ainda adolescente ficava completamente fascinado pela eloquência do
seu discurso e pelas histórias fantásticas sobre a nossa terra, segredos desvendados num qualquer velho documento
retirado às estantes empoeiradas de qualquer arquivo ou biblioteca deste país. A tarde ia passando hora atrás
de hora, minuto atrás de minuto sem que eu desse conta do tempo - "Sabias que o teu avô tem muitas características genéticas dos Celtas e que já
existiu uma aldeia entre a Pracana e o Outeiro e que todos os seus habitantes morreram porque beberam água dum poço
onde se tinha afogado um animal "??. Eu ouvia-o atentamente e tentando sempre saber mais, fazia uma ou outra pergunta, mas perguntas daquelas “inteligentes”(achava eu) pois
não queria com a minha ignorância ofender aquela mente brilhante, ele com paciência infinita tentava responder-me
da forma mais simples e perceptível que encontrava. Sei que para algum de vós que não o conheceram, será difícil imaginar como era
o Padre Henrique, mas posso vós deixar um nome que em muito se parece com a forma cativante como ele falava das histórias
da nossa História, José Hermano Saraiva. Tenho muitas saudades dessas conversas e não serei o único com certeza, é por isso
que quero com este pequeno artigo homenagear esse homem de Deus e da minha aldeia e deixar aqui um repto tanto à Câmara
Municipal, Junta de Freguesia e a todos os leitores deste blog para que seja feita uma homenagem a este ilustre conterrâneo
que tanto engrandeceu o nome de Cardigos e da Pracana da Ribeira e que infelizmente até agora tem sido completamente
esquecido. - JOAQUIM MANSO – (1878 – 1956) (Nasceu em Cardigos 5 Km da Chaveira)
Nascido a 16 de
Novembro de 1878 no concelho de Mação, notabilizou-se como escritor, ensaísta e jornalista.
Para além de colaborar em diversos jornais tornou-se redactor principal de “A Pátria”. Ocupou
este cargo até 1921, ano de fundação do “Diário de Lisboa”, de que foi logo director,
função que desempenhou durante 35 anos.
Muito cedo Joaquim Manso assumiu o inesgotável desafio
literário. De entre os vários livros que publicou, destacam-se: Pedras para a Construção dum Mundo,
Consciência Nua e Abandonada, Fábulas e Manuel, entre outros. Juntam-se a estes títulos inúmeras
conferências
Passava as férias na Nazaré no edifício onde actualmente se encontra o
Museu Etnográfico e Arqueológico Dr. Joaquim Manso. Foi sócio correspondente da classe de Letras
da Academia das Ciências e professor do Conservatório Nacional, onde regia a cadeira de Literaturas Dramáticas. A 10 de Setembro de 1956 faleceu aos 77 anos.
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-VIRIATO- (180 a.C
– 139 a.C) (Nasceu na NOSSA BEIRA onde ninguem sabe....talvez em Cardigos?) Viriato foi um dos líderes da tribo
lusitana que confrontou os romanos na Peninsula Iberica. Ele foi traído por um punhado de seguidores por dinheiro.
Contudo, depois de Viriato morrer, os seus seguidores foram mortos ou escravizados. Viriato, um pastor e caçador nos
altos montes da Lusitânia,actual zona BEIRA BAIXA Serra da Estrela,de onde era natural, foi eleito chefe dos lusitanos.
Depois de defender vitoriosamente as suas montanhas, Viriato lançou-se decididamente numa guerra ofensiva. Entra triunfante
na Hispânia Citerior, (divisão romana da Península Ibérica em duas províncias, Citerior
e Ulterior, separadas por uma linha perpendicular ao rio Ebro e que passava pelo saltus Castulonensis (a actual Sierra Morena,
em Espanha), e lança contribuições sobre as cidades que reconhecem o governo de Roma. Em 147 a.C. opõe-se
à rendição dos lusitanos a Caio Vetílio que os teria cercado no vale de Betis, na Turdetânia.
Mais tarde derrotaria os romanos no desfiladeiro de Ronda, que separa a planície de Guadalquivir da costa marítima
da Andaluzia, onde viria a matar o próprio Vetílio. Mais tarde, nova vitória contra as forças
de Caio Pláucio, tomando Segóbriga e as forças de Cláudio Unimano que, em 146 a.C. era o governador
da Hispânia Citerior. No ano seguinte as tropas de Viriato voltam a derrotar os romanos comandados por Caio Nígidio.
Ainda nesse ano, Fábio Máximo, irmão de Cipião o Africano, é nomeado cônsul da Hispânia
Citerior e encarregado da campanha contra Viriato sendo-lhe, para isso, fornecidas duas legiões. Após algumas
derrotas, Viriato consegue recuperar e, em 143 a.C. volta a derrotar os romanos, empurrando-os para Córdova. Ao mesmo
tempo, as tropas celtibéricas revoltavam-se contra os romanos iniciando uma luta que só terminaria por volta
de 133 a.C. com a queda de Numância. Em 140 a.C. Viriato inflinge uma derrota decisiva a Fábio Máximo
Servilliano, novo cônsul, onde morreram em combate cerca de 3000 romanos. Servilliano consegue manter a vida oferecendo
promessas e garantias da autonomia dos Lusitanos e Viriato decide não o matar. Ao chegar a Roma a notícia desse
tratado, foi considerado humilhante para a imponência romana e o Senado volta atrás, declarando guerra contra
os Lusitanos. Assim, Roma envia novo general, Servílio Cipião que tinha o apoio das tropas de Popílio
Lenas. Este renova os combates com Viriato, já enfraquecido das lutas e preparando a paz, e força-o a pedir
uma nova paz, obrigando-o a entregar alguns companheiros, como Astolpas, seu sogro (também conhecido por A.C.). Envia,
neste processo, três comissários de sua confiança, Audas, Ditalco e Minuros. Cipião recorreu ao
suborno dos companheiros de Viriato, que assassinaram o grande chefe enquanto dormia. Após o seu assassinato, Decius
Junius Brutus pôde marchar para o nordeste da península, atravessando o rio Douro subjugando a Galiza. Júlio
César ainda governou o território (agora Galécia) durante algum tempo.
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