Medidas
contra novos focos no nemátodo do pinheiro Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas
Gabinete
do Ministro
Medidas contra novos focos no nemátodo do pinheiro Na zona da península de Setúbal foi detectada, pela
primeira vez em Portugal, a presença do nemátodo da madeira do pinheiro, em 1999, tendo desde logo sido tomadas pela Administração
Pública e pela União Europeia, em colaboração com o sector privado, medidas no sentido de erradicar este organismo. O nemátodo
é o responsável pela vulgarmente conhecida «doença dos pinheiros», que em Portugal ataca essencialmente o pinheiro bravo. Trata-se
de um organismo incluído pela Comissão Europeia numa lista de agentes patogénicos que obrigam à implementação de medidas especiais
de protecção por parte dos Estados-membros. Estas medidas passam pela criação de uma Zona de Restrição, que inclui a Zona
Afectada – onde foi detectada a presença de nemátodo – e de uma Zona Tampão – com uma largura de 20 quilómetros onde as árvores
não estando afectadas, devem ser objecto de vigilância, sendo abatidos os exemplares que venham a estar infectados. No
caso da península de Setúbal, além de ter tomado estas medidas para o combate e erradicação do nemátodo, Portugal propôs ainda,
em 2006, à Comissão Europeia – que aprovou a medida e a apoiou - a criação de uma faixa de contenção fitossanitária, com uma
largura de três quilómetros, em redor da Zona de Restrição, onde todas as árvores passíveis de serem afectadas foram eliminadas. Desde
o início da detecção do problema, a Direcção-Geral dos Recursos Florestais (DGRF) tem desenvolvido o Programa Nacional de
Luta Contra o Nemátodo da Madeira do Pinheiro (Prolunp), em que se incluem acções de monitorização e colheitas de rotina em
todo o país. No âmbito das referidas acções no terreno e na sequência de análises realizadas em amostras recolhidas nos
concelhos de Arganil e Lousã, foram detectados exemplares de pinheiros bravos infectados. Por proposta da autoridade florestal
nacional (DGRF), o Governo vai publicar uma portaria demarcando duas novas áreas de pinhal, totalizando 6500 hectares, na
freguesia de Sarzedo, em Arganil, e na freguesia da Lousã, onde serão aplicadas as medidas especiais correspondentes à Zona
Afectada, sendo que na Zona de Restrição estarão inseridas áreas de alguns concelhos limítrofes. A portaria estipula que
quando sejam detectados exemplares infectados pelo nemátodo, mesmo fora da Zona Afectada, os respectivos proprietários, usufrutuários
e rendeiros são notificados para proceder ao seu abate e remoção. Esta obrigação deverá ser cumprida no prazo máximo de 10
dias a contar da notificação por parte da DGRF. As medidas agora tomadas têm por finalidade preservar a sanidade do importante
recurso ambiental e económico que constitui o pinhal português, de forma a erradicar o nemátodo da madeira do pinheiro, que
tem sido alvo de intensa pesquisa científica por parte do Instituto Nacional de Recursos Biológicos, IP (INRB, IP). Convém
referir que nas zonas afectadas pelo nemátodo se encontram apenas cerca de 10% do pinhal português, que no País representa
710 mil hectares de área. De salientar ainda que esta «doença do pinheiro» afecta apenas alguns exemplares de árvores,
ao contrário dos incêndios que devastam áreas contínuas de floresta. O Ministério da Agricultura, através da Direcção-Geral
dos Recursos Florestais, irá acompanhar a situação, enquanto se mantiverem estas restrições, dando especial atenção aos proprietários
afectados. Governo da República
|
FLORESTA….Associação
preocupada com doença do pinheiro na região centro
É necessário descobrir qual a real dimensão do foco de nemátodo
do pinheiro na região centro. O apelo é deixado ao Governo pela Associação Florestal de Portugal.
A Associação quer
que o Executivo crie uma comissão independente que integre investigadores de duas universidades, que possa trabalhar de imediato
na identificação e delimitação da totalidade da zona afectada.
Exige também à Direcção-geral dos Recursos Florestais
que elabore um plano que, para além de efectuar uma prospecção no terreno, preste apoio na coordenação do abate de árvores
com sintomas e eventual comercialização do material lenhoso.
Há já três anos que está a ser desenvolvido um kit que
vai permitir, no futuro, detectar com rapidez, a presença de nemátodo na madeira.
O projecto está nas mãos de um grupo
de investigadores dos departamentos de Zoologia e Bioquímica da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra,
em colaboração com a Escola Superior Agrária de Coimbra.
Os investigadores estudam uma técnica que no futuro permitirá
descobrir se um pinheiro, necessita ou não de ser abatido com uma rapidez que hoje não existe.
Este grupo é liderado
por Isabel Abrantes que, em declarações à Renascença, os objectivos do projecto.
O nemátodo só é visível ao microscópio
e, para se saber se uma determinada árvore está ou não infectada, é necessário proceder a uma recolha.
Com o kit que
está a ser desenvolvido bastará, no terreno e sem recurso a amostras, ver se uma determinada área da árvore muda de cor, por
reacção com os anticorpos que estão a ser desenvolvidos em laboratório.
O projecto já leva três anos de investigação
e não se sabe quando estará concluído o kit que permitirá perceber se uma determinada árvore foi ou não atingida pelo nemátodo.
O seu custo também está por determinar
FLORESTA….Kit para travar doença dos pinheiros em desenvolvimento Investigadores
da Universidade de Coimbra estão a desenvolver um kit para a detecção precoce e uma mais rápida resposta à doença dos pinheiros.
Haverá
uma resposta mais rápida e mais precoce", declarou à agência Lusa Isabel Abrantes, que lidera a equipa de investigação ligada
aos departamentos de Zoologia e de Bioquímica da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) e da
Escola Superior Agrária de Coimbra.
A investigação encontra-se em fase final, e é objecto de tese de doutoramento de
um dos participantes, e só a partir da publicação dos resultados é que se procurará uma parceria com a indústria para a produção
e comercialização do kit para detecção e identificação do nemátodo na madeira do pinheiro.
Segundo uma nota do departamento
de comunicação da FCTUC, nesta investigação foram utilizados nemátodos extraídos de amostras de madeira infectada, colhidas
em pinheiros no distrito de Setúbal, para produzir anticorpos monoclonais específicos para o nemátodo e desenvolver um teste
de diagnóstico.
"Este teste permite identificar e quantificar o nemátodo directamente na madeira de pinheiro, ou seja,
sem recorrer a métodos de extracção, e também no insecto vector (Monochamus galloprovincialis) responsável pela transmissão
do parasita de árvore para árvore", explica.
De acordo com a coordenadora da investigação, "os anticorpos têm a capacidade
de reconhecer a superfície da cutícula dos nemátodos-alvo, permitindo desenvolver novas estratégias de diagnóstico a partir
das sondas imunológicas obtidas. As metodologias utilizadas e desenvolvidas neste projecto serão ferramentas muito úteis principalmente
para os técnicos e investigadores dos laboratórios de quarentena de nemátodos parasitas de plantas".
O nemátodo é
causador da doença do pinheiro, cujo primeiro caso se registou, em 1999, na península de Setúbal e nos últimos dias em pinhais
no distrito de Coimbra.
"Após a detecção e identificação do nemátodo, a única solução é o abate imediato das árvores
e a sua destruição bem como dos sobrantes do abate, incluindo as lenhas, de acordo com a legislação em vigor", observa a professora
catedrática da FCTUC.
Este projecto de investigação foi realizado ao longo dos últimos três anos com a colaboração
da Direcção-Geral dos Recursos Florestais e financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia
FLORESTA…..UE
proíbe exportação de pinheiro sem tratamento Até que receba o devido tratamento fito-sanitário, fica proibida a exportação
de madeira de pinheiro portuguesa. A decisão foi tomada pela União Europeia.
Bruxelas considera “inadequadas” as medidas
adoptadas pelo Governo português para combater o nemátodo do pinheiro.
O presidente da Associação Florestal “Caule”,
Vasco Campos, considera que esta é uma “medida extremamente grave para Portugal” já que vai “encarecer os custos das operações”
e diminuir a quantidade de madeira exportada devido à desconfiança que os Estados-membros possam vir a ter”.
Praga
do pinheiro: UE proíbe madeira portuguesa
A Comissão Europeia restringiu a exportação de árvores coníferas de Portugal,
para conter o ataque do nemátodo, um parasita que destrói a madeira.
«Todos os movimentos de madeira de coníferas,
casca ou plantas susceptíveis a partir de Portugal continental para outros Estados-membros estão agora proibidos, a não ser
que o material tenha sido sujeito a um tratamento adequado por calor ou para as plantas», disse à Lusa fonte comunitária.
A decisão hoje divulgada foi tomada na sexta-feira, numa reunião do Comité Fitossanitário da UE.
O pacote
de medidas inclui a «destruição de árvores infectadas ou sintomáticas», sendo que o corte e o processamento das mesmas terá
que ser feito «sob supervisão oficial».
Caso o nemátodo seja detectado na zona tampão, «todas as árvores susceptíveis
num raio de 50 quilómetros em redor da zona afectada terão de ser destruídas».
O nemátodo do pinheiro foi identificado
pela primeira vez em 1999 na zona de Setúbal, mas foi detectado este ano também na Região Centro, nas freguesias de Sarzedo
(Arganil) e da Lousã (Lousã).
Entretanto, numa portaria publicada a semana passada, o Ministério da Agricultura alargou
a todo o território a zona afectada pelas larvas de insecto, que colocam em risco o pinhal nacional.
Produtores querem
apoios
«O tratamento vai ter um custo de manutenção e de esterilização insuportável. Perante esta proibição, o proprietário
vai esperar e deixar que o Estado resolva o problema», disse o vice-presidente da Federação dos Produtores Florestais de Portugal
(FPFP)
José Vidigal defende a atribuição de ajudas comunitárias aos produtores portugueses. Caso contrário, o sector
sairá afectado.
«A única solução é que o próximo Quadro Comunitário de Apoio possa apoiar o tratamento dos pinheiros.
Com os custos do tratamento, teríamos de aumentar os preços, mas não podemos fazê-lo, porque esses preços não seriam competitivos»,
afirmou à Lusa.
«As medidas sanitárias são correctas, mas têm um efeito muito negativo na economia do pinheiro», acrescentou
o responsável, pedindo a intervenção do ministro da Agricultura, Jaime Silva, na defesa dos interesses dos produtores.
|
|
|
|
|