Vinho rosé de Abrantes foi considerado o melhor do mundo Autor Bruno
Oliveiraem destaque, twitter, ÚltimasMai 5, 2010 O vinho Casal da Coelheira Rosé 2009 foi
considerado o melhor vinho rosé do mundo na edição deste ano do Concurso Mundial de Bruxelas, na Bélgica,
recebendo o "Best Wine Trophy". Perante 275 provadores oriundos de 40 países, que apreciaram e votaram nos
6964 vinhos e espirituosos a concurso, este vinho rosé produzido em Tramagal, Abrantes, em 64 hectares de vinhas plantadas
à beira Tejo, obteve ainda uma das seis "Grande Médaille d'Or", atribuídas no certame, fazendo
parte do restrito lote de "melhor resultado absoluto" registado em cada uma das categorias. Nuno Rodrigues, proprietário
e enólogo da Quinta Casal da Coelheira, disse à agência Lusa ter sido com "surpresa, orgulho e euforia"
que recebeu a notícia, tendo acrescentado que este prémio, "do conjunto de prémios e reconhecimentos
internacionais, é o melhor alguma vez alcançado". "Diria mesmo que, na carreira de um bom enólogo
e pelo prestígio do certame, este é o acontecimento de uma vida", afirmou Nuno Rodrigues, que ainda viu
o seu Mythos tinto 2007 ser galardoado com uma medalha de prata. "O segredo do sucesso", conta, "está
na polivalência e na boa conjugação entre solo e clima ambiental, que permite alcançar bons resultados
em vários tipos de vinhos. "A diferença entre um vinho bom e muito bom", disse o enólogo, "está
na vinha, com a atenção e dedicação de toda uma equipa de colaboradores, permanentes e sazonais,
e no trabalho dos enólogos, que depois potenciam as mais valias da uva, como foi o caso da excepcional qualidade registada
em 2009 e que permitiu agora alcançar este feito em Bruxelas". Desde o seu início, em 1994, o Concurso
Mundial de Bruxelas tem-se afirmado como " O Concurso Mundial", unicamente constituído pelos melhores profissionais
internacionais do vinho e reunindo hoje cerca de 7000 produtos dos quatro continentes, representando mais de 500 milhões
de garrafas comercializadas. Feito a partir das castas Touriga Nacional e Syrah, este rosé "sai do conceito leve
e refrescante do rosé tradicional", disse à Lusa Duarte Lopes, que completa a equipa de enólogos
da Quinta Casal da Coelheira, acrescentando que este rosé apresenta "mais volume e estrutura, um teor de álcool
equivalente aos vinhos tintos (13,5ºC) e uma graduação de açúcar mais elevado do que o habitual".
"É uma fórmula que confere outro volume e estrutura ao vinho rosé e que se apresenta com uma abordagem
muito atractiva ao paladar, pelas frutas e aromas, devendo ser servido entre os 8ºC e os 10ºC". "Por ser
um vinho fresco, jovem e elegante, pode ser apreciado como aperitivo ou a acompanhar iguarias leves, como marisco, peixes,
carnes brancas ou saladas", acrescentou o enólogo. Com 8 profissionais a tempo inteiro, no campo e na adega, a
Quinta Casal da Coelheira apresenta um volume de facturação anual na ordem dos 900 mil euros, produzindo vinhos
tintos, brancos e roses para o mercado nacional e para países como Brasil e Canadá, Angola, Alemanha, Polónia,
Espanha, Luxemburgo, Reino Unido, Suíça e Holanda, entre outros. Outras notícias que lhe podem interessar
Vinho de Cadouços entre os seis melhores do mundo Dupla de Abrantes em 5º lugar no campeonato do mundo de pesca.
A Vinha e o Vinho em Portugal O
passado conhece-se em termos de memória colectiva. A própria noção de identidade está ligada
ao que perdura, ao que distingue e ao que se recorda. Assim, e neste contexto, convidamo-lo a fazer uma pequena viagem pela
História da Vinha e do Vinho em Portugal! Desde os tempos mais remotos, o vinho tem vindo a desempenhar um papel
de relevo em quase todas as civilizações. "Fruto da videira e do trabalho do Homem", não é
ultrapassado por nenhum outro produto da agricultura, aliando esse fruto saboroso e nutritivo à bebida privilegiada,
precioso néctar, dele extraída. Repleto de simbologia, impregnado de religiosidade e de misticismo, o vinho
surge desde muito cedo na nossa literatura, tornando-se fonte de lendas e inspiração de mitos. As expressões
"dádiva de deuses", "Sangue de Cristo", e "essência da própria vida" atribuídas
a este produto corroboram bem o papel do vinho na vertente cultural bem como a sua importância na nossa civilização,
a que chamamos "ocidental", cujos fundamentos se encontram no direito romano e na religião cristã,
que desde sempre enalteceram e dignificaram este saboroso líquido. Mas... tentemos fazer uma pequena viagem até
às mais recônditas origens, na história da vinha e do vinho em Portugal. 2 000 anos a.C.; séc.X
a.C.- séc.II a.C. Reino de Tartessos; Fenícios e Gregos; Celtas e Iberos Embora envolto em muitas
dúvidas e mitos, pensa-se que a vinha terá sido cultivada pela primeira vez em terras da Península Ibérica
(vale do Tejo e Sado), cerca de 2 000 anos a.C., pelos Tartessos, dos mais antigos habitantes desta Península, cuja
civilização parece ter sido bastante avançada. Estes habitantes estabeleciam negociações
comerciais com outros povos, permutando diversos produtos, entre os quais o vinho, que veio a servir, provavelmente, de moeda
de troca no comércio de metais. Os Fenícios, cerca do século X a.C., acabaram por se apoderar do
comércio dos Tartessos, incluindo o respeitante aos vinhos. Pensa-se que tenham trazido alg umas castas de videiras
que introduziram na Lusitânia. No século VII a.C. os Gregos instalaram-se na Península Ibérica
e desenvolveram a viticultura, dando uma particular atenção à arte de fazer vinho. Na necrópole
de Alcácer do Sal foi encontrada uma "cratera" grega de sino, vaso onde os Gregos diluíam o vinho
com água antes de o consumirem. Alguns autores referem que Ulisses, ao fundar a cidade de Lisboa (a que deu o
nome de Ulisseia ou Olisipo) seguiu o costume usado nas suas viagens, oferecendo vinho para festejarem com ele as boas vindas. Crê-se que no século VI a.C. os Celtas, a quem a videira já era familiar, teriam trazido para a Península
as variedades de videira que cultivavam. É também provável que tenham trazido técnicas de tanoaria. Os Celtas e os Iberos fundiram-se num só povo - os Celtiberos -, ascendentes dos Lusitanos, povo que se afirma no
século IV a.C. Séc.II a.C. a Século VII d.C. Romanos e Povos Bárbaros A expansão
guerreira de Roma na Península Ibérica conduziu aos primeiros contactos com os Lusitanos, cerca de 194 a.C. Seguiram longos anos de lutas de guerrilha, só vencidas pelos Romanos dois séculos depois, com a conquista
de toda a Península em 15 a.C., conseguindo subjugar os Lusitanos. A romanização na Península
contribuiu para a modernização da cultura da vinha, com a introdução de novas variedades e com
o aperfeiçoamento de certas técnicas de cultivo, designadamente a poda. Nesta época, a cultura da
vinha teve um desenvolvimento considerável, dada a necessidade de se enviar frequentemente vinho para Roma, onde o
consumo aumentava e a produção própria não satisfazia a procura. Seguiram-se as invasões
bárbaras e a decadência do Império Romano. A Lusitânia foi disputada aos romanos por Suevos e Visigodos
que acabaram por vencê-los em 585 d.C, tendo-se dado, com o decorrer do tempo, a fusão de raças e de culturas,
passando-se do paganismo à adopção do Cristianismo. É nesta época (séculos
VI e VII d.C.), que se dá a grande expansão do Cristianismo (apesar de já ser conhecido na Península
Ibérica desde o séc. II). O vinho torna-se então indispensável para o acto sagrado da comunhão.
Os documentos canónicos da época evidenciam a "obrigatoriedade" da utilização do vinho
genuíno da videira na celebração da missa (produto designado por "não corrompido", ao
qual tivesse sido apenas adicionada uma pequena porção de água). Ao assimilar a civilização
e religião dos romanos, os "bárbaros" adoptaram igualmente o vinho, considerando-o como a bebida digna
de povos "civilizados". No entanto, não introduziram quaisquer inovações no cultivo da videira. Século VIII a XII Alta Idade Média - Invasão dos Árabes No início do Século
VIII outras vagas de invasores se seguiram, desta vez vindas do Sul. Com a influência árabe começava um
novo período para a vitivinicultura Ibérica. O Corão proibia o consumo de bebidas fermentadas, onde
o vinho se inclui. No entanto, o emir de Córdoba que governava a Lusitânia, mostrou-se tolerante para com os
cristãos, não proibindo a cultura da vinha nem a produção de vinho. Havia uma razão: para
os Árabes, a agricultura era importantíssima, aplicando-se aos agricultores uma política baseada na benevolência
e protecção, desde que estes se entregassem aos trabalhos rurais, para deles tirarem o melhor proveito. Mesmo
no Algarve, onde o período do domínio árabe foi mais longo, ultrapassando cindo séculos, produziu-se
sempre vinho, embora se seguissem os preceitos islâmicos. Lisboa manteve, deste modo, o seu comércio tradicional
de exportação de vinho. Nos séculos XI e XII, com o domínio dos Almorávidas e Almoadas,
os preceitos do Corão foram levados com maior rigor, dando-se, então, uma regressão na cultura da vinha. Século XII a XIV Baixa Idade Média Entre os séculos XII e XIII, o vinho constituiu o principal
produto exportado. Documentos existentes, designadamente doações, legados, livros ou róis de aniversários,
livros de tombos de bens, etc., confirmam a importância da vinha e do vinho no território português, mesmo
antes do nascimento da nacionalidade. Conhecem-se doações que incluíam vinhas ao Mosteiro de Lorvão,
entre 950 e 954. Entretanto, já se tinha iniciado a Reconquista Cristã. As lutas dão-se por todo
o território e as constantes acções de guerra iam destruindo as culturas, incluindo a vinha. A fundação
de Portugal, em 1143 por D. Afonso Henriques, e a conquista da totalidade do território português aos mouros,
em 1249, permitiu que se instalassem Ordens religiosas, militares e monásticas, com destaque para os Templários,
Hospitalários, Sant'Iago da Espada e Cister, que povoaram e arrotearam extensas regiões, tornando-se activos
centros de colonização agrícola, alargando-se, deste modo, as áreas de cultivo da vinha. O
vinho passou, então, a fazer parte da dieta do homem medieval começando a ter algum significado nos rendimentos
dos senhores feudais. No entanto, muita da sua importância provinha também do seu papel nas cerimónias
religiosas. Daí o interesse dos clérigos, igrejas e mosteiros, então em posição dominante,
pela cultura da vinha. Os vinhos de Portugal começaram a ser conhecidos até no norte da Europa. Consta
que o duque de Lencastre, após o seu desembarque na Galiza, quando veio a Portugal em auxílio de D. João
I na luta contra Castela, conhecendo já a fama dos nossos vinhos, mostrou desejo de provar o vinho de Ribadavia, tendo-o
achado "muito forte e fogoso"... Foi na segunda metade do século XIV, que a produção de
vinho começou a ter um grande desenvolvimento, renovando-se e incrementando-se a sua exportação. Século
XV - XVII Idade Moderna - Renascimento Nos séculos. XV e XVI, no período da expansão portuguesa,
as naus e galeões que partiram em direcção à Índia, um dos produtos que transportavam era
o vinho. No período áureo que se seguiu aos Descobrimentos, os vinhos portugueses constituíam lastro
nas naus e caravelas que comercializavam os produtos trazidos do Brasil e do Oriente. Será talvez oportuno referirem-se
aqui os vinhos de "Roda" ou de "Torna Viagem". Se pensarmos quanto tempo demoravam as viagens... Eram,
na generalidade, cerca de seis longos meses em que os vinhos se mantinham nas barricas, espalhadas pelos porões das
galés, sacudidas pelo balancear das ondas, ou expostos ao sol, ou por vezes até submersas na água dos
do fundo dos navio... E o vinho melhorava! Tal envelhecimento suave era proporcionado pelo calor dos porões ao
passarem, pelo menos duas vezes, o Equador e pela permanência do vinho nos tonéis, tornando-os ímpares,
preciosos e, como tal, vendidos a preços verdadeiramente fabulosos. O vinho de "roda" ou de "torna viagem"
veio assim facultar o conhecimento empírico de um certo tipo de envelhecimento, cujas técnicas científicas
se viriam a desenvolver posteriormente. Em meados do século XVI, Lisboa era o maior centro de consumo e distribuição
de vinho do império - a expansão marítima portuguesa levava este produto aos quatro cantos do mundo. Chegados ao século XVII, o conjunto de publicações de várias obras de cariz geográfico
e relatos de viagens, quer de autores portugueses, quer de autores estrangeiros, permite-nos entender o percurso histórico
das zonas vitivinícolas portuguesas, o prestígio dos seus vinhos e a importância do consumo e do volume
de exportações. Século XVIII a XX Idade Contemporânea Em 1703, Portugal e a Inglaterra
assinaram o Tratado de Methwen, onde as trocas comerciais entre os dois países foram regulamentadas. Ficou estabelecido
um regime especial para a entrada de vinhos portugueses em Inglaterra. A exportação de vinho conheceu então
um novo incremento. No século XVIII, a vitivinicultura, tal como outros aspectos da vida nacional, sofreu a influência
da forte personalidade do Marquês de Pombal. Assim, uma grande região beneficiou de uma série de
medidas proteccionistas - a região do Alto Douro e o afamado Vinho do Porto. Em consequência da fama que este
vinho tinha adquirido, verificou-se um aumento da sua procura por parte de outros países da Europa, para além
da Inglaterra, importador tradicional. As altas cotações que o Vinho do Porto atingiu fizeram com que os produtores
se preocupassem mais com a quantidade do que com a qualidade dos vinhos exportados, o que esteve na origem de uma grave crise. Para pôr fim a esta crise, o Marquês de Pombal criou, por alvará régio de 10 de Setembro de 1756,
a Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro, com o fim de disciplinar a produção e o comércio
dos vinhos da região, prevendo ainda a necessidade de se fazer, urgentemente, a demarcação da região,
o que veio a concretizar-se. Assim, segundo alguns investigadores, foi esta a primeira região demarcada oficialmente
no mundo vitivinícola. O século XIX foi um período negro para a vitivinicultura. A praga da filoxera,
que apareceu inicialmente na região do Douro em 1865, rapidamente se espalhou por todo o país, devastando a
maior parte das regiões vinícolas. Colares foi a única excepção, porque a filoxera não
se desenvolve nos terrenos de areia, onde as suas vinhas se cultivam, ainda hoje. Assim, para fazer face a este flagelo,
logo em 1866, António Augusto de Aguiar, juntamente com João Inácio Ferreira Lapa e o Visconde de Vila
Maior, foram encarregados de avaliar a situação dos centros vinícolas do país e de estudar os
processos que neles se adoptavam. Este conhecimento da situação concreta da vitivinicultura portuguesa, levou
António Augusto de Aguiar à nomeação de Comissário Régio na Exposição
de Vinhos, realizada em Londres, em 1874. Foi justamente no âmbito da sua participação nesta exposiçãoe
da digressão científica que fez pelos países europeus produtores de vinhos, que desencadeou a análise
crítica e audaz ao sector vitivinícola nacional, expressa nas famosas Conferências sobre Vinhos, proferidas
por António Augusto de Aguiar, em 1875, no Teatro de D. Maria e, posteriormente, no da Trindade. O início
do século XX, foi marcado pela Exposição Universal de Paris emblematicamente inaugurada em 1900. Portugal
participou activamente neste evento, dedicando especial atenção à secção de Agricultura,
por todos considerada o sector mais importante da nossa representação. Deste evento, ficou-nos a obra fundamental
de B. C. Cincinnato da Costa, "Le Portugal Vinicole", editada especificamente para ser apresentada na exposição. Em 1907/1908, iniciou-se o processo de regulamentação oficial de várias outras denominações
de origem portuguesas. Para além da região produtora de Vinho do Porto e dos vinhos de mesa Douro, demarcavam-se
as regiões de produção de alguns vinhos, já então famosos, como são o caso dos vinhos
da Madeira, Moscatel de Setúbal, Carcavelos, Dão, Colares e Vinho Verde. Com o Estado Novo (1926/1974),
foi iniciada a "Organização Corporativa e de Coordenação Económica", com poderes
de orientação e fiscalização do conjunto de actividades e organismos envolvidos. Foi neste contexto
que se criou a Federação dos Vinicultores do Centro e Sul de Portugal (1933), organismo corporativo dotado de
grandes meios e cuja intervenção se marcava, fundamentalmente, na área da regularização
do mercado. À Federação, seguiu-se a Junta Nacional do Vinho (JNV) (1937), organismo de âmbito
mais alargado, que intervinha tendo em conta o equilíbrio entre a oferta e o escoamento, a evolução das
produções e o armazenamento dos excedentes, em anos de grande produção, de forma a compensar os
anos de escassez. A JNV veio a ser substituída em 1986 (D.L. nº 304/86 de 22 de Setembro) pelo Instituto
da Vinha e do Vinho (IVV), organismo adaptado às estruturas impostas pela nova política de mercado decorrente
da adesão de Portugal à Comunidade Europeia. Surge, então, uma nova perspectiva na economia portuguesa
e, consequentemente, na viticultura. O conceito de Denominação de Origem foi harmonizado com a legislação
comunitária, e foi criada a classificação de "Vinho Regional", para os vinhos de mesa com indicação
geográfica, reforçando-se a política de qualidade dos vinhos portugueses. Com objectivos de gestão
das Denominações de Origem e dos Vinhos Regionais, de aplicação, vigilância e cumprimento
da respectiva regulamentação, foram constituídas Comissões Vitivinícolas Regionais (associações
interprofissionais regidas por estatutos próprios), que têm um papel fundamental na preservação
da qualidade e do prestígio dos vinhos portugueses. Actualmente estão reconhecidas e protegidas, na totalidade
do território português, 33 Denominações de Origem e 8 Indicações Geográficas. Algumas curiosidades históricas • Moscatel de Setúbal - (1381) Nesta data Portugal já exportava
grande quantidade deste vinho para a Inglaterra. • Vinho do Porto - o Tratado de Methwen (1703) assinado entre
Portugal e a Grã-Bretanha, contribuiu para a popularidade deste vinho que beneficiava de taxas aduaneiras preferenciais.
Durante o século XVIII, para os ingleses, vinho era praticamente sinónimo de vinho do Porto. • Vinhos
da Chave Dourada - A Chave Dourada é um vinho generoso ou espirituoso com características peculiares que
se produz apenas na região de Mação. E tempos houveram em que este vinho era um dos grandes embaixadores
desta terra. Já do sec. XVIII nos chegam registos de que era um vinho bem conhecido da Arcádia Lusitana,
fundada em 1756, cantado por diversos Poetas como Filinto Elysio e Curvo Semedo, sendo no entanto o Poeta António
Dinis da Cruz e Silva (1731-1799), o famoso Elpino Nonacriense, que viria a imortalizar este vinho especial no Dithirambo VIII (recitado a 31 de Maio de 1759) dedicado à Condessa de Oeiras, esposa de Marquês de Pombal, • Vinhos
da Bairrada - No Reinado de D. Maria I (1734/1816) os vinhos portugueses adquiriram grande projecção, tendo-se
iniciado a exportação de vinhos, com destaque para os desta região, que foram exportados para a América
do Norte, França, Inglaterra e, em especial, para o Brasil, onde eram muito apreciados. • Vinho de Bucelas
- Com as Invasões Francesas (1808/1810) este vinho começou a ser conhecido internacionalmente. Wellington apreciava-o
de tal maneira que o levou de presente ao então príncipe regente, mais tarde Jorge III de Inglaterra. Depois
da Guerra Peninsular, este vinho tornou-se um hábito na corte Inglesa. No tempo de Shakespeare (1564/1613) o vinho
de Bucelas era conhecido por "Lisbon Hock" (vinho branco de Lisboa) (1564/1613). • Vinho de Carcavelos
- (1808/1810) foi bem conhecido das tropas de Wellington que o levaram para Inglaterra, tendo sido, durante largos anos, exportado
em grandes quantidades. • Vinho da Madeira - (1808/1810) Considerado um dos vinhos de maior requinte nas cortes
europeias, tendo chegado mesmo a ser usado como perfume para os lenços das damas da corte. Na corte inglesa este vinho
rivalizava com o vinho do Porto. Shakespeare (1564/1613) referiu-se ao vinho da Madeira como essência preciosa, na sua
peça "Henrique IV". O duque de Clarence, irmão de Eduardo IV (séc. XV) deixou o seu nome
ligado a este vinho quando, ao ter sido sentenciado à morte na sequência de um atentado contra o seu irmão,
escolheu morrer por afogamento num tonel de Malvasia da Madeira. Mas para além da Inglaterra, também a
França, a Flandres e os Estados Unidos o importavam. Francisco I (1708/1765), orgulhava-se de o possuir e considerava-o
"o mais rico e delicioso de todos os vinhos da Europa". As famílias importantes de Boston, Charleston, Nova
Iorque e Filadélfia disputavam umas às outras os melhores vinhos da Madeira. • Vinho do Pico - Açores
- (Séc. XVIII) foi largamente exportado para o Norte da Europa e até mesmo para a Rússia. Depois da revolução
(1917), foram encontradas garrafas de vinho "Verdelho do Pico" armazenadas nas caves dos antigos czares.
INSTITUTO POLITÉCNICO DE TOMAR
ESCOLA SUPERIOR DE GESTÃO DE TOMAR Departamento
de Gestão Turística e Cultural MESTRADO EM DESENVOLVIMENTO DE
PRODUTOS DE TURISMO CULTURAL Disciplina
de Gestão Autárquica do Património Cultural Vinho da
CHAVE DOURADA ELEMENTO ESTRUTURANTE
DO DESENVOLVIMENTO LOCAL António
Cardoso Tomar Abril de 2009 2
António José Marques Cardoso Nº 14153 Vinho da CHAVE DOURADA ELEMENTO ESTRUTURANTE DO DESENVOLVIMENTO LOCAL Unidade Curricular: Gestão Autárquica Do Património Cultural Docente: Professor Doutor Luís Mota Figueira 3
Resumo Este trabalho pretende mostrar
as potencialidades como Produto cultural e económico de um Vinho Espirituoso
de qualidade singular, existente no Concelho de Mação, as parcerias
possíveis para o seu desenvolvimento como negócio, o seu relacionamento com
o Território onde se insere e qual o seu posicionamento no mercado. Faz
ainda uma análise do seu enquadramento histórico e legal, retrocedendo à época do Marquez de Pombal e analisando perspectivas de futuro baseadas na legislação existente
e nas normativas da União Europeia. Dando a conhecer as necessidades estruturais
e organizativas para a implementação deste produto, como factor
de desenvolvimento económico e cultural integrado e sustentável.
Palavras-chave: Património, Vinho Espirituoso, Desenvolvimento Local Integrado,
Sustentável, Viabilidade Económica, Rural, Chave Dourada. 4 Agradecimentos O Autor agradece à Dra. Maria Amélia Horta
Pereira as longas conversas tidas sobre o tema e a ideia, que era à
época sua convicção, de que o nome Chave Dourada não
poderia ter proveniência na cor de uma chave de um qualquer pipo comunitário.
E ao caríssimo amigo António
Ferreira grande entusiasta da produção deste vinho peculiar
e um dos redactores dos Estatutos da futura Confraria da Chave Dourada, pelo
incentivo entusiástico com que me brindou, durante o desenrolar da
investigação para este trabalho. 5 Metodologia Para a realização deste trabalho
foi utilizado uma metodologia baseada na definição de enquadramentos
sucessivos, nas várias áreas pertinentes para a consolidação da pesquisa, com o fim de delinear as várias vertentes da temática abordada. Como as perguntas de partida eram sobejamente objectivas, foi necessário também fazer
um tratamento objectivo da informação, tentando reunir as partes
dispersas num conjunto coerente e legível. Começou-se pela História do produto, utilizando-se documentos bibliográficos e
webgráficos, complementados por uma interpretação iconográfica,
que ajudasse à sua compreensão como importante património
cultural. O suporte legislativo que se segue, tem por fim a análise
da viabilidade legal e económica do projecto e o seu enquadramento
em estratégias de desenvolvimento. Em seguida foi feito um apanhado
de recursos, mercados, necessidades e valor do negócio, assim como
dos reflexos da sua relação com outros recursos e produtos no território
de acção. 6 Siglas
e Abreviaturas JNV - Junta Nacional dos Vinhos IVV - Instituto da Vinha e do Vinho DGQSI - Direcção
Geral da Qualidade e Segurança Industriais AGA - Direcção
Geral do Açúcar e do Álcool MADRP - Ministério
da Agricultura do Desenvolvimento Rural e das Pescas PEN - Plano Estratégico
Nacional PENT - Plano Estratégico Nacional de Turismo PPOMA - Programa para a Promoção dos Ofícios e das Micro Empresas Artesanais
7 ÍNDICE Introdução 8 1 - Enquadramento Histórico
9 2 - Enquadramento Legal 11 3
- A Produção de Chave Dourada como factor de Desenvolvimento Local 13 4
- Inserção em programas e estratégias de desenvolvimento 14 5
- Recursos Existentes (produtores e vinhas) 15 6 - Posicionamento do Produto
- Potencial de Crescimento do Mercado 16 7 - Concorrentes Directos na Classe
16 8 - Análise SWOT 17 9
- Efeitos de Arrastamento e Relações com outros produtos no Território 18 10 - Necessidade de criação de Estruturas específicas no Território 18
11 - Valor do negócio 19 Conclusão
20 Bibliografia 22 Webgrafia
22 Outros documentos consultados 23 8
Introdução O Vinho
da Chave Dourada é desde sempre uma possibilidade, uma espécie de salvador da Pátria para Mação. E Mação tem estado sentado em cima deste conceito
sem equacionar o valor real e a dimensão do que seria apostar conscientemente
na sua produção em larga escala. Para podermos começar a abordar o assunto de uma forma coerente impõem-se, logo de
início, duas pertinentes perguntas de partida: - Qual a contribuição para o desenvolvimento local? -
Qual o valor do negócio? Para respondermos a estas perguntas, começa-se
por fazer um enquadramento histórico, rompendo com suposições
alvitradas até agora por todos os autores que discorreram sobre o assunto,
procurando, tanto quanto possível, a verdade dentro dos pouco elementos
disponíveis. Este estudo sobre o passado pode ter repercussões actuais, quer na divulgação, quer no enquadramento legal que se segue, onde é analisada a legislação
disponível, quer nos apoios possíveis à produção
da Chave Dourada. As Estratégias de Desenvolvimento existentes a nível
regional e nacional podem ser um factor preponderante e um mundo de oportunidades,
para um desenvolvimento integrado e sustentável, apesar da notória
ausência de uma estrutura básica de apoio que suporte todas as
iniciativas que venham a ser efectuadas. A autarquia, como é de esperar,
tem um papel importante na organização e coordenação da implementação deste processo económico e cultural, facilitando procedimentos e apoiando logística e
tecnicamente os esforços individuais ou colectivos que venham a surgir.
Poderão então surgir reestruturações em actividades
tradicionais complementares à produção deste produto,
com vista à sua rentabilização efectiva, e o despontar de novas actividades
necessárias ao seu desenvolvimento sustentável. Na análise
deste processo pondera-se a necessidade de criação de estruturas associativas,
entre outras, com o fim de dignificar a produção e o Território. Para
finalizar, tentamos fazer um estudo empírico sobre o possível valor do negócio em questão, para situar esta actividade comercial e cultural, dentro do tecido económico
local. 9 1 - Enquadramento Histórico A Chave Dourada é
um vinho generoso ou espirituoso com características peculiares que
se produz apenas na região de Mação. Vinho muito apreciado
pelos habitantes do concelho e pelos seus visitantes, apenas se pode provar
em adegas particulares, não existindo actualmente uma estrutura de produção
comercial que justifique a sua divulgação em média ou larga escala. Não se pode, no entanto, deixar de verificar que esta situação presente nem sempre se
verificou. Havendo tempos em que este vinho era um grande embaixador de terras
de Mação. Já
do sec. XVIII nos chegam registos de que era um vinho bem conhecido da Arcádia Lusitana,
fundada em 1756, onde foi cantada por diversos Poetas como Filinto Elysio e Curvo
Semedo (Serrano, 1935), sendo no entanto o Poeta António Dinis da Cruz e Silva
(1731-1799), o famoso Elpino Nonacriense, que viria a imortalizar este vinho especial
no Dithirambo VIII (recitado a 31 de Maio de 1759) dedicado à Condessa de Oeiras,
esposa de Marquês de Pombal, com o seguinte poema: Não quero
Borgonha; Não quero Champanha; Não
quero Tockai; Nem vinho do Cabo; Os
vinhos estranhos Não provo; não gabo. Quero vinho q' alegre, que aquente; Dá-me d'esse,
que goarda na cuba, Doce çumo Mação excellente,
Camarista estimado e valído De
Evio Lysio na Casa enramada, Por isso chamado Da chave dourada. Este pois, oh formosa Condessa, Glória e timbre de Oeiras Formosa, Te brindo e
consagro. Viva a grande Condessa, viva, viva. 10 Este é o registo principal que nos fornece pistas
para o estudo das suas origens. Não se sabendo ao certo o autor do
processo singular da sua produção nem a que data remonta, pode-se
no entanto fazer algumas suposições em relação ao seu nome, a sua proveniência e a sua relação com o Marquês de Pombal. Sabe-se assim por este poema que o vinho chegava a Oeiras em Cubas (pipos) e que era um vinho doce (Dá-me d'esse, que goarda na cuba,/ Doce çumo Mação
excellente), seguindo-se em seguida um verso que tanta confusão fez em muitos
autores e que deram uma ideia errada da origem do nome Chave Dourada, confundindo
Camarista (Camarista estimado e valído) com algo que estava ou pertencia
à Câmara Municipal, pressupostamente um pipo fechado com uma
chave doirada. Ora segundo Morais da Silva, no seu Novo Dicionário
Compacto de Língua Portuguesa, Camarista é uma pessoa nobre
que serve na Câmara do Rei e com ele privando. Temos assim duas hipóteses
de interpretação: uma que elogia o vinho como nobre ao serviço do rei, estimado e valído (favorito) e outra como fazendo referência a um Camarista específico
de D. José I, nomeado Interprete Mor, membro da real mesa censória
e grande apoiante do Regalismo Pombalino, defendendo afincadamente a separação
de poderes entre Igreja e Estado. Estamos a falar do ilustríssimo Teólogo,
natural de Mação, Padre António Pereira de Figueiredo
(1725-1797) que escreveu na sua "Tentativa Teológica" (1766)
que "intrometer-se o sucessor de Pedro a ser juiz dos estados e domínios seculares,
é uma usurpação dos direitos alheios; uma conduta totalmente alheia à conduta e praxe dos apóstolos; um abuso das chaves da Igreja que só devem ter por
objecto as consciências e não a fazenda". A sua amizade com o
Marquês de Pombal era proverbial sendo por ele elogiado da seguinte
forma: "O Padre Figueiredo é um poço de sabedoria sem fundo
e sem lama"(Gueifão, 1999). Três versos já na parte
final (De Evio Lysio na Casa enramada,/ Por isso chamado / Da chave doirada.)
chamam-nos a atenção para a utilização de termos gregos muito em uso na época, Evio (que se festeja com gritos de Evoé, os gritos das bacantes, sacerdotisas de Baco) e Lysio (Paraiso) ligados ao enigma da "Casa enramada" que segundo a iconografia cristã não é mais do que a genealogia de Cristo representada
na Árvore de Jessé (da qual existe um dos mais belos exemplares
na Igreja Matriz de Mação), ou seja a Igreja. O que porventura
poderá querer dizer que era produzido pela Igreja ou em terras da Igreja,
e que por isso dava pelo nome de Chave Dourada, figura recorrente nos seus
brasões, principalmente no do Papa, onde se cruzam uma dourada 11
com uma em prata, como alusão às chaves de S. Pedro, o primeiro Papa.
O próprio Padre Figueirdo, faz uma alusão às chaves da
Igreja (parágrafo anterior). Ou seja, o nome do vinho é Chave
Dourada porque provém de terras da Igreja/Diocese. Provavelmente também
era o próprio Padre Figueiredo, nas suas idas e vindas entre Mação
e Lisboa, que oferecia ou comercializava o vinho no seio da Corte, quer como representante
da igreja quer a título particular. Actualmente o vinho da Chave Dourada
está reduzido a pouquíssimos produtores que produzem menos de
10 garrafas anuais cada um. O que, por razões óbvias, justifica a ausência
de uma estrutura comercial, sendo a prova deste "Doce çumo Mação excellente" apenas possível por convite de um dos raríssimos produtores. Repensar a produção em escala comercial poderá ser um factor de desenvolvimento
local, tanto a nível económico, como turístico e cultural.
2 - Enquadramento Legal Tendo como
objectivo contribuir para a produção de Chave Dourada numa perspectiva comercial,
transformando-a num factor de desenvolvimento local, impõe-se uma abordagem
dos possíveis enquadramentos legais onde esta tipologia de negócio possa ser
inserida. No Repertório de Actividades Artesanais, a produção
deste tipo de vinho está referido com o CAE 15913, e rege-se pelo Decreto-Lei
n.o 41/2001, de 9 de Fevereiro, relativo ao estatuto do artesão e da
unidade produtiva artesanal, com as alterações inseridas pelo Decreto-Lei
n.o 110/2002 de 16 de Abril. Que resumidamente permite a sua produção e comercialização,
bem como os acessos a apoios financeiros e outros patrocinados pelo estado
ou em que este sirva de intermediário, dentro dos requisitos seguintes: a)
O produtor tem de ter Carta de Artesão (art. 10, segundo requisitos do art. 11); b)
Possuir Carta de Unidade Produtiva Artesanal (art. 13, segundo requisitos do art. 14). Podem
ainda os produtos (nº 1 do art. 15º-A), "mencionar o reconhecimento na rotulagem,
publicidade e demais documentos comerciais de acompanhamento dos seus produtos,
através da utilização de símbolo do qual constem as expressões: «Produzido por artesão reconhecido» ou «Produzido em unidade produtiva artesanal
reconhecida»". Todos estes requisitos legais são regulamentados
pela Portaria nº 1193/2003 de 13 de Outubro de 2003. Impõe-se ainda a inscrição, gratuita para os artesãos e unidades produtivas
artesanais, no Registo Nacional do Artesanato (arts. 17º, 18º e
19º). 12 Este tipo de
produção de Chave Dourada, como produto artesanal, pode trazer benefícios
para os produtores pois requer um investimento pouco avultado e de retorno relativamente
rápido, com acesso a possíveis apoios nacionais e comunitários. No
entanto não se pode deixar de referir que esta não é a única perspectiva de negócio a
encarar. Com efeito a alternativa,
alem do CAE 15913, possível pode ser o CAE 15931 (produção
de vinhos comuns e licorosos) e 15950 (fabricação de vermutes e outras bebidas
fermentadas não destiladas), no Repertório das Actividades Económicas, que se regem pela lei geral da produção de bebidas alcoólicas. Todavia, o Decreto Lei nº 3/74 de 8 de Janeiro já refere que a comercialização
deste tipo de bebida tem de ser controlada e selada pelas JNV e AGA, com aprovação
das instalações pela DGQSI, considerando que está inserida
na tipologia de Bebidas Espirituosas. Contudo,
após o Regulamento (CEE) Nº. 1576/89 do Conselho de 29 de Maio de 1989 que
estabelece as regras gerais relativas à definição, à designação e à apresentação
das bebidas espirituosas, onde se refere a importância económica
regional deste tipo de produto e a necessidade de proteger tanto a denominação
do produto como do território de origem como garantia de autenticidade
e de qualidade, este decreto foi actualizado pelo Decreto-Lei n.º 178/99
de 21 de Maio de 1999, onde se refere a obrigatoriedade de inscrição
no Instituto da Vinha e do Vinho (IVV) das pessoas singulares ou colectivas, ou
dos agrupamentos destas, que exerçam, ou venham a exercer, actividade no sector vitivinícola,
bem como as normas complementares a que devem obedecer as respectivas instalações.
Ficando os produtores de Chave Doirada com a denominação de Preparadores
(art. 2º, alínea h), "pessoa singular ou colectiva, ou o agrupamento destas pessoas, que, a partir de vinho, de derivados deste e de subprodutos da vinificação, obtém produtos aptos a serem consumidos, com excepção do vinagre
de vinho". Este tipo de negócio embora esteja, no primeiro caso,
isento de IRC, se for ponderada a constituição de cooperativas
de comercialização de produtos artesanais (Decreto-Lei N.º 442-B/88
de 30 de Novembro), desde que não excedam os 150.000 € de facturação anual, com vantagens óbvias para os produtores, não pode excluir as vantagens de inserção no regime normal de tributação, principalmente
se o objectivo for a rentabilização económica de forma
sustentável. Enquanto uma unidade artesanal não pode exceder
os 9 trabalhadores (Decreto-Lei nº 41/2001, de 9 de Fevereiro, nº
1, excepto nas condições excepcionais previstas no nº 2), 13
o regime normal não tem limites nem de trabalhadores nem de facturação
permitindo uma comercialização mais globalizada, com proveitos
muito superiores. Cabe ao Programa para a Promoção dos Ofícios
e das Microempresas Artesanais juntamente com as agências de desenvolvimento
local a tarefa de certificar os produtos artesanais. O processo implica um
levantamento histórico sobre o produto, a sua importância na
região e a avaliação da deterioração estética do produto. Já a certificação do produto em regime geral compete ao Instituto da Vinha e do
Vinho, nos termos do Decreto-Lei n.o 99/97, de 26 de Abril, com as alterações
introduzidas pelo Decreto-Lei n.o 295/97, de 24 de Outubro, relativamente
às bebidas alcoólicas de origem vínica. Pode ainda a região solicitar o registo de Indicação Geográfica no anexo
3 do Regulamento (CE) N.o 110/2008 do Parlamento Europeu e do Conselho de
15 de Janeiro de 2008. "Art. 17º: 1 - O pedido de registo de uma
indicação geográfica no anexo III deve ser apresentado
à Comissão numa das línguas oficiais da União Europeia ou
acompanhado de uma tradução numa dessas línguas. Esse pedido deve ser devidamente fundamentado e incluir uma ficha técnica que exponha as especificações
que a bebida espirituosa em causa deve respeitar. 2 - No que se refere às
indicações geográficas da Comunidade, o pedido referido
no n.o 1 deve ser apresentado pelo Estado-Membro de origem da bebida espirituosa.
(com requisitos nos nºs seguintes)" Em resumo pode-se afirmar que
ambos os modelos de comercialização trazem benefícios
para os produtores/preparadores, não esquecendo, no entanto, que a decisão final deve ser conjunta e integrada numa estratégia comum. 3
- A Produção de Chave Dourada como possível factor de Desenvolvimento Local. O Concelho de Mação, com uma área de 405.24 km's2, é composto por 8 Freguesias,
tendo uma população total residente de 8500 habitantes, dos quais
cerca de 2000 reside na sede de Concelho. Situada na Beira Baixa, distrito de Santarém e diocese de Portalegre, é uma região que
engloba várias tipologias territoriais: a lezíria do Ribatejo, as
planícies de flora Alentejana e as características Montanhas
da Beira Baixa. Ao falarmos de Desenvolvimento Local que abarque esta diversidade,
estamos a aceitar as diferentes composições de tecido económico,
social e cultural. Nunca esquecendo a ruralidade inerente a este concelho.
14 A Chave Dourada aparece então
como um elemento catalisador comum capaz, porventura, de fazer a ponte entre
a diversidade existente, unindo esforços para a promoção
da igualdade de oportunidades no acesso ao desenvolvimento da qualidade de
vida e na redução das assimetrias. Por ser um produto ao mesmo
tempo económico, cultural e turístico, com características
únicas, pertencente ao imaginário colectivo do concelho e sendo propriedade
de todos os que se propuserem desenvolve-lo, dentro de normas específicas a
definir, nomeadamente na produção, comercialização e divulgação, pode vir a ser
um factor relevante de Desenvolvimento Local Integrado, criando emprego e
riqueza sustentável. Poderão
assim florescer várias actividades económicas, dentro das necessidades inerentes
à produção, preparação e armazenamento da Chave Dourada e de outros produtos de origem vínica necessários à sua elaboração. Desenvolvendo
a cultura das vinhas e seus derivados em todo o concelho, de uma forma organizada
e com Controlo de Qualidade, o que irá, certamente, desenvolver quantitativamente
e qualitativamente a produção do vinho maduro normal. 4 - Inserção em programas e estratégias de desenvolvimento
Este Produto pode perfeitamente inserir-se, se for dinamizado de uma forma coerente,
sistemática e com uma preocupação de qualidade própria
e local, no tecido económico local valorizando as estruturas já
existentes, desde a Restauração até ao Museus, fazendo
parcerias de acção no terreno e divulgando todo o Território onde actua, conjuntamente com a divulgação própria do Produto Chave Dourada. Além disso existem ainda vários programas e estratégias de desenvolvimento em que
este produto se pode enquadrar, tal como o Território e agentes locais,
como o Programa de Desenvolvimento Rural (PRODER), através de varias
modalidade de financiamento como: Implementação de Estratégias
Locais de Desenvolvimento, Intervenções Territoriais Integradas,
Promoção do Valor Ambiental dos Espaços Florestais, entre
outros. O papel da Autarquia na coordenação deste tipo de projectos é fundamental, identificando necessidades e oportunidades, negociando parcerias e disponibilizando meios técnicos/humanos para ajudar no estudo e redacção dos
projectos individuais, sempre integrados numa Estratégia Concelhia, com
vista na definição e registo de uma Denominação
Territorial, como "Indicação Geográfica" (anexo
3 do Regulamento (CE) N.o 110/2008 do Parlamento Europeu e do Conselho de 15
15 de Janeiro de 2008. Art. 17º). Outro programa em que o Território
está inserido é o Valtejo Finicia, um Projecto de apoio, estímulo
e orientação de investimentos a realizar por Micro e Pequenas
empresas no Concelho de Mação. Está também referido
nas "Orientações para uma Estratégia de Desenvolvimento Rural",
reflexões para o PEN, desenvolvido pelo MADRP, 2007/2013, que o Concelho de
Mação é Predominantemente Rural, inserindo-se este tipo de actividade no "Aumento da competitividade dos sectores agrícola e florestal, Mediante a criação e
desenvolvimento de práticas de natureza empresarial na agricultura e floresta,
numa óptica de orientação da produção para
o mercado, nomeadamente através da inovação e estabelecimento
de estratégias integradas e selectivas de fileiras com vista à sua dinamização
e sustentabilidade territorial, social e económica. A incidir também na modernização
das empresas não abrangidas em estratégias de fileiras, mas que privilegiem
o investimento em bens intangíveis". "Esta visão da estratégia para a competitividade sustentável, numa óptica económica, social e territorial, pressupõe
que seja concebida e desenvolvida com base em objectivos específicos,
entre os quais se salienta o Redimensionar a escala de produção:
A adequação à orientação para o mercado,
de modo sustentável, pressupõe a modernização das empresas, mas também a promoção da concentração da sua gestão e o aumento da dimensão
económica, nomeadamente através da valorização
dos seus produtos. Para tal, deverão criar-se as condições
necessárias para facilitar o acesso ao mercado dos factores, nomeadamente a
terra e o financiamento". Já no PENT, é previsto um crescimento
anual entre 7% a 10%, de procura, no sector Gastronomia e Vinhos, sendo um
dos 10 produtos de turismo estratégicos para Portugal, e uma área
prioritária de investimento. 5 - Recursos existentes (produtores e
vinhas) Embora não existam dados fidedignos quanto ao número
de produtores existentes, constata-se que são pouco mais que uma dúzia.
Quanto às vinhas existem muitas, sendo algumas de excelente qualidade.
É todavia necessário proceder a um levantamento qualitativo
para a selecção das vinhas a inserir numa produção alargada de Chave Dourada. 6 - Posicionamento do Produto - Potencial de
Crescimento do Mercado Resumo da redacção do PENT sobre Gastronomia
e Vinhos: 16 "Portugal
poderá tornar-se um destino de excelência do produto Gastronomia e Vinhos, O
mercado europeu de Gastronomia e Vinhos atingiu, em 2004, 600 mil viagens/ano prevendo-se
que, em 2015,deverá situar-se nos 1,2 milhões de viagens/ano, ou seja, um crescimento
de 7% ao ano. O consumidor de Gastronomia e Vinhos é francês (16%), holandês
(15%) e inglês (11%) e gasta entre os 150 e os 450 euros por dia, sendo que este
valor tende a ser mais elevado para viagens de aprofundamento e aprendizagem devido
à inclusão de actividades temáticas - por exemplo cursos e workshops. Actualmente, Portugal não oferece um produto estruturado, devido à falta de adequação
da oferta ao turista - os museus/caves de vinho estão pouco adaptados à
actividade turística, tendo falta de pessoal qualificado e horários
desadequados. A reduzida dimensão das empresas torna difícil
competir a um nível internacional. Apesar da situação
actual, o país poderá ambicionar um posicionamento de excelência no
mercado. A riqueza gastronómica e a qualidade dos vinhos nacionais, são os ingredientes certos para a estruturação de produtos dirigidos a elementos de elevada qualificação socioeconómica. É ainda necessário
desenvolver o produto nas regiões em que este não constitui
uma motivação primária, dada a sua importância para responder a motivações secundárias e o seu peso na taxa de retorno do turista. Portugal necessita
ainda de utilizar os conteúdos que tem para criar uma identidade gastronómica
mais marcante, à semelhança do que se passa em Espanha.
As regiões prioritárias para investimentos no produto Gastronomia
e Vinhos são o Porto e Norte, o Alentejo e o Centro." É de frisar, também, que a produção em larga escala da
Chave Dourada só pode gerar proveitos directos e indirectos, se existir
como suporte técnico um adequado e eficiente Plano de Marketing, elaborado
em conjunto e simultaneamente com o projecto de ampliação dessa
produção. Também o registo da Marca Chave Dourada é indispensável e urgente, condição para poder ser comercializada com segurança patrimonial e
prestigio. 7 - Concorrentes Directos
na Classe Local e Regional: não existe. Nacional: Vinho do Porto e Vinho da Madeira 17 8 - Análise SWOT ANÁLISE
SWOT: PRODUÇÃO DE CHAVE DOURADA FORÇAS - Produto singular e único - Produto de Qualidade
reconhecida - A existência de poucos produtores iniciais permite fazer um controlo mais eficiente do
produto e da definição da sua organização futura
- Ausência de registo da Marca Chave
Dourada - Ausência de Estratégia de Produção - Ausência de estruturas
locais de associativismo, apoio e desenvolvimento
- Possíveis dificuldades de concertação
entre os parceiros locais FRAQUEZAS OPORTUNIDADES
- Existência de um vasto e potencial mercado
já identificado - Possibilidade de complementar com outro tipo de recursos e produtos - Possibilidade de apoios financeiros e investimentos
institucionais - Legislação favorável - Inserção em estratégias de desenvolvimento
regionais e nacionais - Concorrência
(produto similar em outros destinos nacionais) com oferta de qualidade e recorrendo a técnicas agressivas
de Marketing - Por inoperância surgirem produtos semelhantes que tomem a primazia em territórios
adjacentes - Registo da Marca por uma entidade
exterior. AMEAÇAS 18
9 - Efeitos de Arrastamento e relações com outros produtos no Território.
A utilização de produtos regionais complementares à oferta
e a utilização de várias estruturas locais, tais como
a restauração, é uma forma de valorização da cadeia de fornecimentos incorporando efeitos estruturantes. A ampliação
do produto para uma dimensão sustentável do ponto de vista económica, vai criar necessidades de vários serviços específicos que se podem alargar a outras
actividades, criando empregos com vários tipos de necessidade e qualificação.
Muitos exemplos poderiam ser aqui referidos, mas ficamo-nos apenas por alguns:
Requalificação das vinhas e dos vinhos maduros locais, condição
para a ampliação da produção; produção
de aguardentes e vinhos abafados necessários para a preparação do produto;
industria de tanoaria a partir da reciclagem de madeira de pipos do Vinho do Porto;
industria de produtos regionais, tradicionalmente servidos em complemento, como
as Fofas de Mação; empresas de armazenamento e distribuição. Se exceptuarmos alguns armazenistas e outras entidades de venda e distribuição do Produto, onde o "efeito de fuga", tem uma margem comercial negociada, não é
previsível a existência a curto, médio e longo prazo de outros
Leakages, pois todas as estruturas e agentes serão preferencialmente
locais. 10 - Necessidade de criação de Estruturas específicas
no Território Embora a certificação seja da alçada
do IVV ou do PPOMA, será necessário a parceria deste instituto
com organizações locais, Associação de Produtores ou Confraria e Autarquia, que conjuntamente possam definir essa certificação mantendo os níveis de
qualidade organoplética exigidos para a singularidade e qualidade do produto.
A ideia de uma Confraria da Chave Dourada é algo que já foi sugerido
por alguns dos produtores, encabeçados pelo Sr. António Ferreira,
natural de Coimbra e radicado em Mação, tendo já esboçado
um exemplar de estatutos que ainda estão em discussão restrita.
Apesar de os estatutos serem de cariz folclórica ao bom jeito das Confrarias
portuguesas, tem na sua redacção alguns artigos bastante interessantes
como os transcritos em seguida: Artigo
3º - A Confraria da "Chave Dourada" visa os seguintes fins: a)
Promover, divulgar e preservar o fabrico do vinho "Chave Dourada", dos bons néctares
pelos métodos tradicionais ou por outros achados como convenientes e capazes.
19 b) Futura demarcação
da zona de produção e fabrico da "Chave Dourada" e dos bons néctares
do concelho. c) Promover anualmente em Mação o "Dia da
Chave Dourada e do bom néctar maçaense". d) Promover, divulgar e preservar outras tradições, usos e costumes do concelho em
risco de desaparecimento. Artigo
4º -Para atingir os fins descritos no artigo anterior deverão os confrades promover
primeiramente as seguintes acções: a) Levantamento dos produtores
ainda existentes no concelho de Mação e seus processos de fabrico.
b) Levantamento do tipo de castas e terrenos mais aconselhados para o seu fabrico.
c) Promover o fabrico de pipas de Chave Dourada. d) Escolha do "Dia da Chave Dourada e do bom néctar maçaense", que coincidirá
com o Sábado de Páscoa. e)
Levantamento de tradições, usos e costumes do concelho. Outro
tipo de estruturas seriam também necessários e complementares como a criação da Casa Mãe da Chave Dourada, um espaço turístico que além de museu serviria
para divulgação e comercialização local do produto,
organização de encontros e conferências, cursos de vinhos,
doçarias e outros produtos regionais, nacionais e internacionais que
se identificassem com o "espírito" da Chave Doirada. Serviria ainda para
comercializar a Mãe (sem a qual será difícil iniciar o negócio) fornecida pelos produtores mais antigos, para novos produtores/preparadores que exercessem a sua actividade exclusivamente no Concelho de Mação. Outras
funções poderiam ainda ser exercidas nesta Casa Mãe, como a Manutenção de um Pipo Comunitário de Chave Dourada, sendo a sua abertura anual motivo de festa e confraternização. 11 - Valor do negócio
O valor geral deste negócio actualmente é insignificante, se considerarmos
os dados acima referidos. No entanto, com a ampliação da produção
a um nível de produtor médio que já possua instalações
adequadas, poderemos falar de 3000 garrafas ano com valor de venda a um preço
unitário de 15 €, num total de 45.000€ anuais. 20 Como para a produção de 3.000 garrafas, são necessários
10.000 Litros iniciais, com uma actualização de 3.000 Litros
anuais, o que dá uma despesa anual aproximada de 12.000 € a preços
actuais, com um retorno bruto de 33.000 € anuais. Sendo o investimento
inicial, o pipo e a mistura, de 500 € por pipo de 100 Litros, e que para
10.000 Litros são necessários 100 pipos, temos como somatório um investimento inicial de 50.000 €. Como a produção
com qualidade necessita de um período de repouso da mistura sobre a
Mãe de pelo menos 5 anos, estamos a falar de um período de carência de 5 anos onde não existe retorno financeiro, mas praticamente também não existe manutenção.
Temos, assim, uma recuperação financeira no mínimo a 10 anos,
com um lucro anual a partir dos 5 anos de 23.000 € e a partir dos 10
anos de 33.000 €. Estes números, como é óbvio, não
são rigorosos, pois não incluem o preço com pessoal e
percentagens de comercialização, nem incluem a capacidade unitária das garrafas que é de 0,75 Litros e não de 1,00 Litros como na simulação. Também não
têm em conta o preço actual da garrafa que ronda os 25 €.
Apesar de todas estas imprecisões, os preços iniciais e de manutenção
estão correctos e baseiam-se nos preços praticados pelos produtores
locais, nos vinhos e derivados vínicos usados na preparação
da Chave Dourada, e no preço dos pipos praticados em Vila Nova de Gaia.
Donde se depreende que não sendo um negócio de enriquecimento rápido,
pode ser um negócio perfeitamente sustentável que, com os apoios
certos incluindo a construção ou requalificação
das instalações, pode mesmo ser rentabilizado durante o período de carência.
Se multiplicarmos estes números por 20 possíveis produtores estamos
a falar de uma movimentação anual de quase 700 mil euros.
Conclusão Depois de traçado
o perfil histórico deste peculiar vinho que está inserido na tipologia dos
vinhos generosos ou espirituosos, fica a saber-se que este vinho actualmente apenas conhecido
por alguns "iniciados", já foi um vinho com importância significativa no desenvolvimento económico do Concelho de Mação, chegando mesmo a ser um dos
Preferidos do Marquês de Pombal e sua esposa Condessa de Oeiras. Supôs-se
ainda, com alguma possibilidade de certeza, que o Padre António Pereira
de Figueiredo pode 21 ser
uma figura incontornável na divulgação da Chave Dourada, que esta deve o nome aos Brasões da Igreja e que, provavelmente era em terras diocesanas que era produzida. Definimos, desta forma, fundamentos históricos que possam levar à certificação
e ao pedido de registo de "Indicação Geográfica",
segundo as normativas da Comunidade Europeia. Quanto à sua produção e comercialização, não só existe legislação
favorável como estão previstos apoios financeiros para o sector,
o que, apesar do muito caminho que há percorrer, em infra-estruturas
e sistemas de organização local e conjunta com a autarquia e
o IVV ou PPOMA, nos dá indicações suficientemente credíveis para podermos afirmar que o produto/negócio Chave Dourada, suportado por um eficiente Plano de Marketing, é suficientemente viável e gerador de uma economia sustentável,
sendo um factor capital a ter em conta numa futura Estratégia de Desenvolvimento
Local Integrado. 22 BIBLIOGRAFIA Chevalier, J e Gheerbrant, A. (1994). Dicionário
dos Sómbolos. Lisboa: Teorema Cordeiro, A. (1871). Almanach de Lembranças
Luso Brasileiro. Lisboa: Lallemant Freres. Costa, A. (1940). Dicionario Chorographico de Portugal Continental e Insular. Vila do Conde: CSP, Volume II, pag.849 a 853. Gueifão,
C. (1999). Padre António Pereira de Figueiredo. Mação: Voz da Minha Terra. Grupo de Reflexão Estratégica. (2007). Orientações para uma Estratégia
de Desenvolvimento Rural. Lisboa: Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento
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E. (1812). Poesias de António Diniz da Cruz e Silva na Arcádia de Lisboa,
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Lisboa: Ministério da Economia e Inovação WEBGRAFIA http://www2.dlc.ua.pt/lre/codigo_classificacao_actividades_economicas.pdf
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http://www.azores.gov.pt/Portal/pt/entidades/sredraic/ textoTabela/Selagem+de+Bebidas+Espirituosas.htm (15/04/2009) 23
http://www.dgaiec.min-financas.pt/pt/legislacao_aduaneira/iec_doclib/default.htm
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(15/04/2009) http://portal.ua.pt/projectos/resea/legis/286.htm (20/04/2009)
Outros documentos consultados PDFs
dos "PowerPoints" da aulas do professor Dr. Luis Mota Figueira e respectivos apontamentos.
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